Terceiro Ato

Terceiro Ato

Aluno:

Ai que saudades infindas eu tenho,
Dentro do meu coração botinudo!
Passo este tempo a lembrar o desenho
Destas imagens que dizem-me tudo!

Pois quem conhece a figueira do Jota,
E as alvoradas de livros e gaitas,
Fica a lembrar-se do amor que devota
Ao seu passado de filas e fainas.

O Jordãozinho da ponte proibida,
Mesmo o portão dos boas-noites morosos
Hoje são marcos vazios, sem vida,
Ai! como viram uns dias gostosos!

Aluno:

Ai! Que nostalgia!
Que melancolia!
Pois a emoção
Encheu meu coração.
Tive que voltar
Senão, morria!

Dueto:

Voltamos ao Jota prá ver o Colégio,
Achamos poeiras e mato crescido,
Pois hoje só cantam os sapos do brejo,
E há horas do dia em que não há ruído.

Se passa o subúrbio da Sorocabana,
O estrépito quase promove um colapso,
Mas, hoje viemos com grande esperança,
Chorando um pouquinho e tirando o atraso.

Quarteto Masculino:

Assim, pelo menos, não fica no olvido
A nobre memória de um Jota mais forte,
Pois todos seus filhos são reconhecidos
Ao grande Instituto que deu lhes o Norte!

Solo:

Ai! Que nostalgia!
Hora de lamúrias!
Que melancolia
Trazem as injúrias!

Quando a chuva é lenta
Doce e compassada,
A saudade aumenta
Na rapaziada!

Mas, o que acontece
No lugar Jandira,
Riso aqui fenece,
É silente a lira!

Cada manuelino,
Num isolamento,
Hoje está vivendo
Um martírio lento.

Dueto:

1.

Quer rever a casa
Para atear o fogo,
Acender a brasa
De um conjunto novo!

2.

Pois, outrora o Jota
Era excelente,
Firme, então na rota,
Amparava o crente.

3.

Era bem cotado,
Toda a sua história,
No Brasil amado,
Era de vitória.

4.

Hoje estamos tristes,
Tudo está vazio!
Como agora vistes
Tudo é ermo e frio!

5.

Ai! Que a tal saudade
Traz paixão imensa,
Todo o ser invade
Esta treva densa!

6.

E, se a causa é grande
Para haver clemência,
Nossa mágoa expande
Numa reticência!

Solo:

1.

Eu sou um perna-grossa,
Que não lhes dou bola,
Mas, vim dar um giro,
Gastando esta sola.

Porque uma botina
Andou me apertando,
Eu fico por conta,
Chateado e amando.

É droga torrada
Ficar botinudo,
Na marra pensando
Que eu sou cabeçudo,
Os breads comidos
Nuns anos passados!

2.

As broncas que tomamos
De todos os lados,
Pelada e fubeca,
Conversa fiada.

Mas, toda esta mamata
Um dia se acaba.
Então, fiz a pista
E o galho quebrado.

Vim ver velhas caras
No Jota falado.
Eu sou um perna grossa,
Que não lhes dou bola,
Mas, vim dar um giro,
Gastando esta sola!

Diretor:

1.

Estudantes do velho Conceição,
Que será esta estranha reunião?
Eu voltei só pensando no lugar,
Pois senti a saudade a me apertar!

Coro:

1.

Muito bem, nosso amado diretor,
Devotamos ao Jota o nosso amor,
Nós voltamos pensando assim também,
Nosso plano não irá mais além.

Diretor:

2.

Mas, quem sabe, o momento é de valor,
Se quiserem voltar com novo ardor,
Poderemos, quem sabe, reabrir
O Instituto. Ó vamos decidir!

Coro:

2.

Muito bem, nosso amado diretor,
Este plano não pode ser melhor.
Perguntamos, apenas, se o ideal
É do bem, como antes, ou do mal.

Diretor:

3.

Eu me apresso, meus jovens, a dizer:
O ideal é do Bem e do Saber!
Queira Deus abençoar o Conceição,
Dando a nós, Sua ajuda e direção.

4.

Mãos à obra, estudantes do Brasil!
Combatendo ignorância e erros mil!
Há tarefas ingentes a fazer,
Nesta luta do Bem e do Saber!

Coro:

3.

Muito bem, nosso amado diretor,
Estimamos as coisas de valor,
Pois o estudo é a porta do arrebol
De um futuro resplendente como o sol!

A faxina nós faremos
Neste nosso Conceição,
Com vassouras e com baldes,
Ficará bem limpo o chão!

Coro de Professores:

Em plagas bem distantes
Ouvimos a nova,
Pois somos uns bons mestres,
Fiéis, a toda a prova!

Queremos ajudá-los
Em muitas matérias,
Daremos nós as aulas
Até que venham férias.

Agora nós sabemos
Que aluno do Jota
É muito mais bonzinho,
Não quer sair da rota.

Prof. Picareta:

Com arrependimento,
Lembramos que, um dia,
Até nós votamos
Para ensinar folia.

Dueto - Prof. Petrarca e Prof. Bonquedói:

Mas, hoje o dia é outro,
Folgamos ridentes
Em grande harmonia,
Tentando ser bons crentes.

Prof. Malamargo:

Fui eu o mais culpado
De todo o transtorno,
Mas hoje eu prometo
Agir sem mais suborno.

Sacinfernário:

Sou súdito triste
Do Pai da Mentira,
Eu vim revirar
Esta escola em Jandira.

Mas vejo a derrota!
Sufoca-me a ira!
Diante do Jota
Eu quebro esta lira!

Coro:

Aleluia! Viva o ideal!
Lutaremos todos contra a mal!
Concordados, vamos trabalhar,
O Instituto deve continuar.

Ensinando amor e devoção,
Pois seus filhos sentem gratidão.
O Instituto J. M. C.
Vive eterno, para quem o vê.

Porta à obra varonil
De alcançar o povo do Brasil
Para um ideal:
Luta contra o mal.

Viva o ideal
Do Jota, sem rival.

Aleluia!

Fim do Terceiro Ato, Fim da Opereta

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