Um Filho... Uma Bênção (Conto)

Dona Júlia andava observando as novas atitudes que o filho vinha tomando ùltimamente.

-- Pois olhe Antônio, não sei porque o nosso Joãozinho anda tão diferente êsses dias. Parece que está mais alegre; sendo que de primeiro vivia neurastênico e triste.

-- Talvez seja alguma namorada que arrumou por aí. Ontem à noite eu o vi em frente a igreja protestante; penso que êle está gostando de alguém de lá. À toa é que não ia parar na igreja. Ainda mais religião, acha que o Joãozinho liga para isso? Nem à nossa igreja vai.

* * *

Joãozinho era um rapaz muito tímido e retraído. No ginásio em que estudava, adquiriu várias amizades, dentre as quais algumas moças crentes que eram muito dadas com os colegas. Ao convite destas, começou a frequentar a igreja. Assistia também as reuniões sociais da mocidade.

Houve uma série de confêrencias, e isto muito entusiasmou Joãozinho que estava resolvido a se entregar a Cristo.

Os cultos animados e as pregações eloquentes deixavam-no com o coração transbordando de alegria.

Por fim aceitou o evangelho. Desde então sentia-se uma nova criatura. A carranca, o nervosismo, a tristeza, tudo enfim deixou para trás. Vivia alegre e cantando; feliz ia ao ginásio e contente voltava para casa.

Como era natural, todos estranharam aquela transformação; até mesmo seus país.

Um dia perguntou-lhe a mãe:

-- Que você tem Joãozinho? Anda tão diferente. Está sempre sorrindo. Penso que você está gostando de alguma menina bonita, não é rapaz?

-- Não é isso não, mamãe. Agora descobri alguma coisa muito importante, algo que faltava em minha vida. Havia um vácuo em meu coração, mas agora não há mais. Encontrei Jesus, e Êle supriu tôdas as minhas necessidades. De agora em diante, mamãe, serei um firme crente.

-- Se você acha que está bom assim; nem eu, nem seu pai nos oporemos. Pode continuar seguindo a sua religião.

-- Gostaria muito que a senhora e o papai também se tornassem crentes.

* * *

Os pais do jovem observavam a sua vida e ficavam admirados de como estava agindo. No ginásio vivia bem com todos os colegas, era educado e alegre. Não era mais aquêle Joãozinho

Acabrunhado e nervoso. Era então um moço completamente transformado.

Com o passar de alguns anos, Joãozinho resolveu estudar para o ministério. Foi assim que terminando o colégio foi para o seminário. A igreja via naquêle jovem entusiasta uma esperança para o evangelho.

Com o testemunho brilhante do moço, seus pais começaram a frequentar a igreja, e logo mais se converteram.

O rapaz sentia-se mais alegre e feliz, pois percebia que estava sendo um instrumento nas mãos de Deus.

Um dia sua mãe adoeceu. Joãozinho foi para casa e encontrou-a nas últimas. Não havia mais meios para restabelecer sua saúde. A morte a esperava. Contudo ela estava conformada e feliz, pois tinha certeza que estava salva. Quando sentiu que estava para partir deste mundo, pediu que cantassem aquêle corinho:

"Jesus a ti confio o meu barquinho,
Pois sei que tu não o deixas naufragar.
Tu és a Luz que brilha em meu caminho;
Na escura noite e sôbre o ondoso mar."

Depois abraçou o espôso e o filho e disse estas palavras:

-- Antônio, você foi um bom espôso e bom pai, seja também um bom crente. Joãozinho, seja para a igreja uma bênção, assim como foi para o nosso lar.

Sete de Oliveira
III ano clássico

           
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