- Visitamos o
Instituto José Manuel da Conceição em nosso
primeiro domingo no Brasil: 21 de abril de 1940.
O Rev. Philip Landes nos acompanhou do hotel
Terminus até a estação da Estrada de Ferro
Sorocabana e até a estação de Jandira, no km
29. Os colegas da Missão do Brasil Central eram
dois casais: Rev. Charles Roy Harper e Da.
Evelina e o casal Jessé e Barbara Wyant. Foi um
domingo alegre. Eu estava com 26 anos de idade e
minha esposa, Irene, com 25 anos. Os alunos ao
nos verem disseram: "Moços"! O sermão
do Rev. Landes naquela manhã explicava o
"Fogo Estranho" de Levíticos 10.
Apesar de nunca ter estudado português, eu podia
entender algo do sermão.
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- Durante os dias no
JMC, em casa dos Wyants, tive contato com os
estudantes, que achei muito alegres e
simpáticos. Com o Sr. Jessé Wyant assisti e
falei em algumas aulas. Preguei no culto que era
diário. Usei como base na palestra o versículo
26 do capítulo 30 de Provérbios. A tradução
que o Sr. Wyant usou foi a seguinte: "Os
querogrilos são povo pequeno, mas fazem suas
casas nas rochas". Era um texto desconhecido
dos alunos que acharam graça no termo
"querogrilo". Nos meus 30 anos no
Brasil sempre encontrando os pastores e outros
que assistiram àquele culto, descobri que eu
tinha o apelido de "Querogrilo".
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- Naquela primeira
visita ao JMC, descobri, em 1940, o que mais
tarde, em 1951, quando fui escolhido como diretor
do JMC, me ficou mais claro ainda, isto é:
"Charles Roy Harper left me big shoes to
fill". À tarde de segunda-feira, 22 de
abril de 1940, fui convidado para jogar basquete
com os alunos do Colégio. A nossa bagagem ainda
não estava conosco. Tinha ficado no hotel em
São Paulo. Mr. Harper ofereceu os seus sapatos
"keds" para que eu jogasse com a turma.
Foi naquela quadra de chão poeirento perto da
cozinha. Joguei com entusiasmo... os manuelinos
gritavam: "Mas como o americano pula e
encesta!" No fim, por causa dos
"keds" grandes demais pra mim fiquei
com bolhas enormes nos dois pés... e as bolhas,
cheias de terra. No dia seguinte, quase não
podia andar... fiquei com os pés pro alto... foi
cancelada a programação de visita ao Seminário
de Campinas. Sararam as bolhas... e, no tempo
combinado, Irene e eu seguimos para o Instituto
Gammon, em Lavras, MG, onde ficamos por um ano
estudando português, com os excelentes
professores Rev. Francisco Alves e Augusto
Gotardelo.
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- Chegando em nosso
primeiro campo de trabalho no sudoeste de Goiás,
logo soubemos mais do JMC pelos alunos Severino
Gomes e Eudóxio Mendes dos Santos (os dois se
tornaram excepcionais pastores, voltando ao
sudoeste servindo a vida inteira nos campos de
Mineiros e Rio Verde).
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- De Goiás até o
JMC
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- A reunião da
comissão executiva da Missão foi realizada em
Rio Verde (GO), em julho de 1950. Não pude
assisti-la, pois estava bastante ocupado com o
trabalho na região sudoeste do Estado. O casal
Graham estava fora em "furlough"
(licença) nos Estados Unidos. Além do serviço
do campo, eu também dirigia a Escola Evangélica
de Jataí, na ausência dos Grahams. Isto não
exigia tanta presença, porém mais supervisão e
cuidado com as finanças, pois a competente e
dedicada Ambrosina Lima (ex-aluna do JMC) era a
superintendente e professora da escola. Não
podendo ir até Rio Verde, recebemos alguns
visitantes no Domingo, vindos da reunião. Um
desses foi o Rev. Charles Roy Harper. Ele não
somente ajudou nos cultos e na escola dominical
na sede em Jataí como também me acompanhou a
pé até uma chácara, distante uma légua da
cidade. Foi nesse encontro, que fiquei sabendo
que, por causa da asma de Da. Evelina, os Harpers
pensavam em ir para os Estados Unidos no final
daquele ano, para férias e tratamento dela. De
leve, Mr. Harper falou que eu seria indicado para
o cargo de diretor do JMC. Não levei isso a
sério, pois estava muito contente no sudoeste de
Goiás, vendo um bom crescimento nas
congregações do campo. Além disso, em outubro
de 1950, completaríamos cinco anos no Brasil,
merecendo um ano de "furlough" nos
Estados Unidos.
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- Em dezembro, recebi
o convite para mudar para o JMC como diretor. Um
dos motivos do convite incluía o fato de que
nosso campo do sudoeste de Goiás estava com o
maior número de alunos no Jota do que qualquer
outra área do país. Com os recém-formados e
outros, a lista incluía Eudóxio Mendes dos
Santos, Severino Gomes Monteiro, Nilson Ferreira,
Sinval Cabral de Souza, Roberto Bueno, Luiz
Leão, Daily França, Rute Moura, Carlos Araújo,
Josefina Franco, José Inocêncio de Lima,
Francisco (Chico) Souza, Terso Aguiar de Souza e
Ambrosina Lima.
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- Aceitei o convite
principalmente por uma razão : a saúde de minha
esposa, Irene. Ela se achava muito esgotada com o
cuidado dos quatro filhos: Robert, Weldon, Mary e
Irene. Mary e Irene nasceram com 15 meses de
intervalo (not good family planning). O
vasto campo, as congregações e igrejas
crescendo, exigiram mais e mais viagens para
atendê-los, apesar de que já contávamos, desde
1947, com um jeep. Os dias fora de casa
aumentaram os problemas para Irene no zelo do
lar. No Jota, eu poderia estar em casa, pelo
menos à noite.
|
- No fim de dezembro,
rumamos para São Paulo no jeep. Era tempo de
chuvas pesadas. Ficamos para despedidas no campo
com cultos em Rio Verde, Santa Helena, Mateira em
route. Em Mateira, à beira do Rio Paranaíba,
choveu tanto que tivemos de desistir de
atravessar até São Paulo, pelo Triângulo
Mineiro, via Barretos, e fomos por Quirinópolis,
Bom Jesus e Santa Rita do Paranaíba. No trecho
antes de Bom Jesus, quase aconteceu um desastre.
No banco da frente do jeep estavam Irene,
Robertinho e Ireninha. Weldon cuidava de Mary no
banco traseiro. A chuva havia parado um pouco, e
o jeep estava completamente aberto. Weldon e Mary
conversavam e cantavam. Mas, de repente, notei um
silêncio. Olhei para o banco de trás e vi
Weldon dormindo, mas nada de Mary. Parei o jeep e
observei que Mary estava a uns 300 metros
correndo atrás de nós. Ela havia caído na
estrada. Felizmente, a chuva molhou a terra da
estrada. Mary estava suja de lama e um pouco sem
fôlego, mas aparentemente sem ferimentos.
Poderia ter sido muito pior. Anos depois, quando
Mary começou a perder a audição do ouvido
direito, pensávamos que isto podia ter
sidoHelenaH uma seqüela da queda naquela estrada
de Goiás.
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- As aulas no JMC
começariam logo. Eu tivera alguma experiência
com administração no Seminário em Chicago e
com o ensino nas igrejas, mas nenhuma
experiência formal para esta nova tarefa. Tinha
confiança, nos meus 36 anos, de que podia
aprender com o auxílio de Deus a vencer todos os
obstáculos, no serviço dele. Assim, enfrentei o
novo programa no Colégio. Era necessário
conhecer os professores e fazer a escala de
aulas. A secretária, também começando, era a
Da. Zulmira Silva. Da. Nina que trabalhava com o
diretor Harper, deixou o JMC para servir como sua
secretária no Mackenzie.
|
- Verifiquei que
tínhamos ótimos professores, tradição do
Colégio desde o início com Waddell, Harper,
Themudo Lessa, Henrique Maurer e outros. O Rev.
João Euclydes Pereira foi vice-diretor e ensinou
aulas de História e Filosofia; Dario Batos,
Ciências; Rev. Fernando Buonaduce, Latim; Da.
Elza Telles, Francês e Português; Rev. Renato
Finza Telles, Química. Uma novidade para as
moças foi o curso de Escola Bíblica para
leigas. Além de ser diretor, lecionei as
seguintes matérias: Bíblia, História da
Igreja, Grego e Inglês; e, pura alegria,
treinava e jogava basquete.
|
- O time de basquete
jogava naquela mesma quadra de terra que conheci
em 1940: menor do que um campo oficial e com as
cestas, tabelas e aros longe das melhores
condições. Com os moços do clube de esportes,
iniciamos as melhorias, com planos de cimentar o
piso, colocar novas tabelas e cestas, aumentar o
tamanho da quadra e fazer uma bancada de cimento
do lado inclinado. Com muito esforço e tantas
horas de trabalho na lama, com chuva e com sol, a
quadra ficou pronta. O motorista do caminhão do
Colégio, Sr. Américo, ajudou bastante,
arranjando a compra do cimento e transportando-o
até o local. O presidente da Esportiva, Abimael
Etz Rodrigues, presidiu a inauguração da quadra
e, para surpresa minha, descerrou uma placa com o
meu nome ali escrito. Que benção e que alegria!
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- Em todos os anos
que trabalhei no Jota continuei a treinar o time
de basquete e muitas vezes joguei com os alunos.
A quadra foi iluminada mais tarde e servia para
as festas e brincadeiras dos alunos, em especial
na festa do Dia do Conceição.
|
- Alguns alunos que
nunca haviam jogado basquete se tornaram
excelentes jogadores. Entre estes outros que
chegaram com experiência, posso dizer os nomes
de uns, com o risco de esquecer de muitos outros:
Takashi Shimizu, Jonatas do Vale Moreira, Celso
Loula, Joás Araújo, Oswaldo e Wilson Duraes
(estes dois de Salinas, MG), Manoel Araújo, de
Rio Verde (GO), Carlito (de Santa Helena de
Goiás), Eládio, Isaias Gadoni, Luiz Leso.
|
- O ano letivo de
1951 correu mais ou menos bem. Houve problemas
gerais, incluindo os financeiros. Gostei de
lecionar. A maioria dos alunos comportou-se bem.
Os exames seguiram com o costumeiro sistema de
honra, isto é, o professor confiava na
honestidade dos alunos dispensando a vigilância
do professor.
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- A saúde de minha
esposa não melhorou, causando dificuldades e
fazendo absolutamente necessária a volta aos
Estados Unidos em "furlough" para
tratamento.
|
- A vida espiritual
dos alunos e professores ocupava lugar importante
nos programas elaborados. Durante todos os anos
em que servi como diretor, tivemos a semana
especial de trabalhos espirituais com grandes
líderes da Igreja como pregadores e dirigindo
aulas. Entre os convidados que prestaram valiosa
cooperação menciono o Rev. Miguel Rizzo, Rev.
José Borges dos Santos Jr., Rev. Oswaldo
Emerique e Rev. Philip Landes. Achamos de muito
proveito essa ênfase especial.
|
- Procuramos cobrir
despesas do Colégio com participação das
organizações com representantes do Conselho
Deliberativo: Igreja Presbiteriana do Brasil,
Igreja Presbiteriana Independente do Brasil,
Missão Presbiteriana Central e Missão Oeste do
Brasil. Estas entidades forneciam a terça parte
do orçamento, os alunos próprios ou seus
presbitérios, ou igrejas, ou famílias
contribuíam com outra terça parte das despesas
do Jota; e foi a campanha anual para levantar
dinheiro com amigos, igrejas e pessoas generosas,
especialmente em São Paulo, que completou o
total necessário para que o Colégio podesse
funcionar. Andei, andei e andei em São Paulo
batendo em portas para receber doações. Acho
que foi a minha tarefa mais difícil como
diretor! Lembro-me bem de uma experiência
durante uma campanha. O Rev. Borges havia me
convidado a lecionar um curso da História da
Igreja, especialmente na Reforma, na sua Igreja
Unida, na rua Helvétia, na cidade. Um casal que
assistiu às aulas, Paulo Ferraz e Sra.,
comprometeu-se a doar uma grande importância.
Mas condicionou a doação a uma boa safra de
café nas suas fazendas. Veio a geada e morreram
os pés de café. Fiquei muito triste por sua
perda e ainda mais por causa da oferta para o
JMC. Imagine minha surpresa quando ele, mesmo com
o prejuízo, deu a quantia total que havia
prometido. Três pessoas além de nós do
Colégio se destacaram nas campanhas. Eram o Rev.
Charles Roy Harper, então tesoureiro do
Mackenzie, onde tivemos os jantares durante as
campanhas; Lysias Oliveira e Vicente de Barros
(parente do famoso governador de São Paulo,
Adhemar de Barros).
|
- Na publicidade para
as campanhas contamos sempre com o entusiasta
Prof. Fernando Buonaduce e com a Imprensa
Metodista, onde ele também servia.
|
- Quanto aos
professores, Sr. Harper providenciou residências
para eles nos terrenos do Jota. Assim moravam em
casas do Colégio o Rev. João Euclydes Pereira e
Da. Abigail, Rev. Renato Fiuza Teles e Da. Elza,
Sr. Dario Bastos e Da. Enuncie, Rev. Jacó da
Silva e Da. Zulmira, Rev. Buonaduce, Sr. Américo
Fernandes (com outras chegadas e saídas do
pessoal). A idéia do Harper foi de dar serviço
de tempo integral a todos os professores,
tendo-os morando no campus e sempre
disponíveis para os alunos. Com as dificuldades
financeiras, o Colégio não podia pagar-lhes o
suficiente, e eles arranjaram empregos fora do
Conceição... lecionando e servindo as Igrejas.
Isso limitava o tempo deles com os alunos e
tornava difícil conciliar os horários das suas
aulas com seus outros empregos. Eu e alguns
poucos professores ficamos quase inteiramente com
aulas à tarde, quando os alunos estavam menos
dispostos a estudar e assistir aulas.
|
- No príncipio do
JMC, eram poucos alunos e mais professores por
aluno. A ênfase foi em dar boas aulas e aumentar
os dons intelectuais e espirituais. Depois com o
maior número de alunos e aumento de tarefas
administrativas o Jota, uma família, tornou-se
UMA INSTITUIÇÃO. Não tendo, naqueles tempos,
luz, água e estradas de rodagem boas, ficamos
com muito trabalho para manter uma usina de luz
elétrica, primeiramente à gasolina e mais tarde
tocada a óleo diesel (war surplus material).
Foi necessário dispor do Ford van, pois ir a
São Paulo, fazer compras, ir aos bancos,
recolher professores e, às vezes, alunos em São
Paulo tomava tempo excessivo e não servia a
todos igualmente. O prof. Buonaduce comprou a
"perua" Ford. Eu o ensinei a guiar.
Precisávamos economizar em número de pessoas
não-professores que empregávamos e assim
dispensamos os serviços do Sr. Américo. O aluno
Benon Wanderley Pais que possuía carta de
motorista profissional tomava conta do caminhão
do Colégio e também da usina de eletricidade a
diesel. A energia elétrica produzida com as
máquinas do Jota ficaram muito sobrecarregadas
com a ligação de algumas casas na vila e o uso
proibido de ferros elétricos e outras máquinas
caseiras, todas necessárias em casas modernas.
|
- Foi justo abrir uma
estrada na área da figueira deixando a Companhia
Light colocar os postes e trazer a energia
elétrica até a vila de Jandira e ao Colégio.
Diminuiu assim a responsabilidade do Colégio
neste sentido.
|
- Um dos resultados
da campanha anual foi o poço artesiano que
forneceu água aos prédios e casas do Colégio.
Foi uma bênção para a administração do Jota
ficar mais aliviada com a luta com problemas de
luz e água.
|
- O alvo de toda a
obra missionária era de estabelecer igrejas e
instituições que ficariam capazes de se
manterem sem subvenções da Igreja-mãe e que
teriam os seus diretores e pastores nacionais.
Isto eu pude realizar em Goiás e procurei fazer
no JMC. Pelo fato de que a esposa não gozava de
boa saúde, fui obrigado a ver que eu não
ficaria como pastor em Goiás até ser jubilado,
nem como diretor do Jota a vida toda. Confiei
plenamente na capacidade dos irmãos e colegas
brasileiros de fazer igual ou melhor na
liderança do trabalho iniciado pelos
missionários. Assim, o Rev. Wilson Castro
Ferreira foi escolhido o primeiro diretor
nacional para o Instituto José Manuel da
Conceição. Boa escolha, pena que ele achou
impossível ficar por longos anos na direção.
|
- Em dezembro de
1951, chegando ao fim do ano escolar, na
formatura, lembro-me daquela classe do curso
clássico. Alguns nomes: João Wilson Faustini,
que admiravelmente dirigiu o coro do Jota na
ausência de Da. Evelina Harper, Célia Morais,
Crisogno Coelho, Carlos Araújo. Uma turma
excelente.
|
- O Rev. João
Euclydes Pereira foi escolhido como diretor
interino durante o ano de 1952, quando nossa
família foi em "furlough" e estudos
para os Estados Unidos. Passamos a maior parte do
ano estudando em Oberlin, Ohio, na Graduate
School of Theology. Irene estudou no Conservatory
of Music. Nasceu a caçula, Evangeline Alderton
Lodwick. Mary sofreu duas operações por causa
da infecção nos rins. Foi um ano difícil, pois
os problemas de saúde de Irene levaram-na a
tratamento em hospitais. Voltamos ao Colégio em
fevereiro de 1953. Havia pouca diferença no
andamento do Jota. O Rev. João foi ótimo
diretor e poderia ter ficado na liderança, se
ele assim o desejasse. As finanças do Colégio
indicavam que seria melhor manter uma ligação
mais direta nos Estados Unidos por meio de um
diretor missionário. Assim fiquei, mas
precariamente, devido à necessidade de levar
Irene aos EUA para ser internada num hospital
especializado em doenças mentais. Lutei com o
cuidado dos cinco filhos, mas tendo auxílio
amável de pessoas do Colégio, tais como Da.
Geni Nogueira, esposa de Pedro Alves; a família
Shimizu; Da. Hope Gordon e outros. Por fim, eu
tive de regressar aos EUA passando três anos em
Oxford, Ohio, sendo "campus pastor" da
United Christian Fellowship. O Rev. Wilson Castro
Ferreira dirigia o Colégio, e Olson e Jean
Pemberton trabalhavam como missionários cedidos
ao Jota.
|
- O Rev. Wilson me
convidou para substituí-lo na direção em 1959
quando ele fez estágio em Nova Iorque, estudando
drama. Com prazer, retornei a Jandira e fiquei
mais um ano e meio no Jota. Quando o Rev. Wilson
retornou dos EUA, servi como deão. O casal
Pemberton estava em "furlough" de um
ano naquele período.
|
- Voltando os
Perbemtons, dirigi o Instituto Samuel Graham até
que fui chamado para o escritório da Missão em
São Paulo, em janeiro de 1961. Atuando como
secretário executivo da Missão por nove anos,
fiquei sempre a par do que acontecia no Jota,
vendo a diminuição das matrículas de
candidatos ao ministério de jovens maduros
(adultos no comportamento) e aumento de alunos
quase crianças que precisavam de disciplina em
tudo.
|
- Assim foi passando
o Jota de outrora e o final do fechamento. Depois
fui aos Estados Unidos, onde foi necessária
minha presença, já que Irene não mais
precisava ficar internada em tratamento de
saúde, tendo em vista a administração de novos
remédios tranqüilizantes.
|
- O JMC sempre
procurava incluir alunos de todas as
denominações. Havia cooperação com a Igreja
Episcopal. Durante meu tempo no Jota, houve um
aluno, Sumio Takatsu, que mais tarde se tornou
bispo da Igreja Episcopal.
|
- O Rev. Sherrill,
missionário, visitava o Colégio para dar
instrução a um grupo de candidatos ao
ministério na Igreja Episcopal: Takashi Shimizu,
Alfredo Rocha e Sidney Ruiz (também mais tarde
bispo).
|
- Além dos cultos
diário, funcionava nos prédios do Colégio a
Igreja Presbiteriana de Jandira. Ministros e
leigos da Igreja Presbiteriana dirigiam os
trabalhos de culto e da escola dominical. O Sr.
Hermenegildo, da Vila de Jandira, é sempre
lembrado por causa de suas prédicas e pela
maneira de fala muito lenta e de certa
hesitação e ênfase. Um pastor que vinha aos
domingos à noite era o Rev. Jorge César Mota,
muito inteligente e muito autoritário na
direção dos cultos. Por causa de distúrbios
entre certos alunos no culto, ele tomava para si
o dever de confrontar estes alunos, incluindo uns
da família Dourado, da Bahia. Quase que o
reverendo foi agredido por eles! A minha opção
expressa ao Rev. Mota era de que eu, como diretor
do Jota, e nosso deão tínhamos a
responsabilidade de zelar pelo comportamento dos
alunos sob nossa direção e não o pastor da
Igreja que vinha somente aos domingos à noite. O
Rev. Mota não concordava comigo! Em poucos anos,
a Igreja local construiu o seu templo resolvendo
um dos problemas.
|
- Por ser durante
muitos anos considerado um "seminário
menor", os nossos diplomas valiam nas outras
escolas, colégio e universidades. Mas houve um
período quando os poderes públicos ameaçaram
tirar esse privilégio. Foi necessário fazer
esforços para colocar tudo em ordem como
documentos e construções para cumprir com as
exigências do governo. Assim fizemos uma área
coberta atrás do prédio Harper. Tivemos
instalações sanitárias e chuveiros com água
esquentada em aparelho elétrico. Em pouco tempo,
a classificação de seminário menor permaneceu
e paramos os trabalhos de oficializar o Jota
pelas leis de outros colégios. A área coberta
foi fechada com paredes e se tornou a casa de
residência do Prof. João Faustini e Da. Queila.
|
- Apesar de eu nunca
ter jogado futebol, apreciava muito o entusiasmo
e habilidade dos jogadores do Jota. Por algum
tempo, o time ficou invicto. Assistia aos jogos
torcendo pelo Jota. Lembro-me de alguns bons
jogadores: Heber Ferrer, Armando Gonçalves e o
irmão Flávio, Apiscá, Eládio e Wilson, de
Mato Grosso.
|
- Durante minha
ausência de três anos (1956-59) foi construído
o auditório Waddel. Um prédio grande, mas
somente parcialmente terminado. Havia um distinto
eco que tornava difícil entender o que se falava
no palco. Servia muito bem para os concertos do
coral do Jota. Por fora, achei a construção
muito feia. O arquiteto foi o Dr. Lavitola, do
Mackenzie. No meu tempo no Jota, o prédio nunca
foi acabado, nem por fora e nem por dentro.
Fiquei com saudades do salão de cultos na velha
instalação.
|
- Novas
personalidades chegaram e ajudaram muito o
Colégio...
|
- "O tempo
passa"... Da. Isva está na secretaria do
Colégio... casa-se com o brilhante aluno Josué
Xavier. Hope Gordon casa-se com o aluno João
Silva... Isaias Gadoni, aluno, casa-se com
enfermeira Myrte... Daily Resende França casa-se
com Rute Moura; Sinval Cabral de Souza com Celina
Fukuda.
|
- Mas tempo passa, e
o Rev. João Euclydes Pereira e o Rev. Daily
França falecem em acidente de automóvel perto
de Brasília... Também o Rev. Armando
Gonçalves, ex-aluno e ex-diretor, morre em
acidente de carro. Notícias boas e tristes
recebemos de amigos do JMC. Rev. Olson Pemberton
assume a direção do Instituto Bíblico Eduardo
Lane, em Patrocínio (MG). Pena que ele nunca
quis aceitar a direção do JMC. (**)
|
- Há muita história
bem documentada pelo Rev. Dr. Waldyr Carvalho
Luz, em seu livro Nem General, nem
Fazendeiro: Ministro do Evangelho, publicado em Campinas,
em 1994, pela editora Luz do Caminho.
|
- (*) O Rev. Robert
E. Lodwick, como ele o descreve, foi Diretor do
Instituto José Manuel da Conceição.
(**) Nota do Web Master:
Há um lapso no relato do Rev. Lodwick: O Rev. Pemberton
foi Diretor do JMC.
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