Robert E. Lodwick (*)

Boletim da Associação Alumni/Alumnae
do
"Instituto José Manuel da Conceição"
Órgão Informativo dos "Ex-Alunos do JMC"
Ano II (1997), Número 1
Visitamos o Instituto José Manuel da Conceição em nosso primeiro domingo no Brasil: 21 de abril de 1940. O Rev. Philip Landes nos acompanhou do hotel Terminus até a estação da Estrada de Ferro Sorocabana e até a estação de Jandira, no km 29. Os colegas da Missão do Brasil Central eram dois casais: Rev. Charles Roy Harper e Da. Evelina e o casal Jessé e Barbara Wyant. Foi um domingo alegre. Eu estava com 26 anos de idade e minha esposa, Irene, com 25 anos. Os alunos ao nos verem disseram: "Moços"! O sermão do Rev. Landes naquela manhã explicava o "Fogo Estranho" de Levíticos 10. Apesar de nunca ter estudado português, eu podia entender algo do sermão.
Durante os dias no JMC, em casa dos Wyants, tive contato com os estudantes, que achei muito alegres e simpáticos. Com o Sr. Jessé Wyant assisti e falei em algumas aulas. Preguei no culto que era diário. Usei como base na palestra o versículo 26 do capítulo 30 de Provérbios. A tradução que o Sr. Wyant usou foi a seguinte: "Os querogrilos são povo pequeno, mas fazem suas casas nas rochas". Era um texto desconhecido dos alunos que acharam graça no termo "querogrilo". Nos meus 30 anos no Brasil sempre encontrando os pastores e outros que assistiram àquele culto, descobri que eu tinha o apelido de "Querogrilo".
Naquela primeira visita ao JMC, descobri, em 1940, o que mais tarde, em 1951, quando fui escolhido como diretor do JMC, me ficou mais claro ainda, isto é: "Charles Roy Harper left me big shoes to fill". À tarde de segunda-feira, 22 de abril de 1940, fui convidado para jogar basquete com os alunos do Colégio. A nossa bagagem ainda não estava conosco. Tinha ficado no hotel em São Paulo. Mr. Harper ofereceu os seus sapatos "keds" para que eu jogasse com a turma. Foi naquela quadra de chão poeirento perto da cozinha. Joguei com entusiasmo... os manuelinos gritavam: "Mas como o americano pula e encesta!" No fim, por causa dos "keds" grandes demais pra mim fiquei com bolhas enormes nos dois pés... e as bolhas, cheias de terra. No dia seguinte, quase não podia andar... fiquei com os pés pro alto... foi cancelada a programação de visita ao Seminário de Campinas. Sararam as bolhas... e, no tempo combinado, Irene e eu seguimos para o Instituto Gammon, em Lavras, MG, onde ficamos por um ano estudando português, com os excelentes professores Rev. Francisco Alves e Augusto Gotardelo.
Chegando em nosso primeiro campo de trabalho no sudoeste de Goiás, logo soubemos mais do JMC pelos alunos Severino Gomes e Eudóxio Mendes dos Santos (os dois se tornaram excepcionais pastores, voltando ao sudoeste servindo a vida inteira nos campos de Mineiros e Rio Verde).
De Goiás até o JMC
A reunião da comissão executiva da Missão foi realizada em Rio Verde (GO), em julho de 1950. Não pude assisti-la, pois estava bastante ocupado com o trabalho na região sudoeste do Estado. O casal Graham estava fora em "furlough" (licença) nos Estados Unidos. Além do serviço do campo, eu também dirigia a Escola Evangélica de Jataí, na ausência dos Grahams. Isto não exigia tanta presença, porém mais supervisão e cuidado com as finanças, pois a competente e dedicada Ambrosina Lima (ex-aluna do JMC) era a superintendente e professora da escola. Não podendo ir até Rio Verde, recebemos alguns visitantes no Domingo, vindos da reunião. Um desses foi o Rev. Charles Roy Harper. Ele não somente ajudou nos cultos e na escola dominical na sede em Jataí como também me acompanhou a pé até uma chácara, distante uma légua da cidade. Foi nesse encontro, que fiquei sabendo que, por causa da asma de Da. Evelina, os Harpers pensavam em ir para os Estados Unidos no final daquele ano, para férias e tratamento dela. De leve, Mr. Harper falou que eu seria indicado para o cargo de diretor do JMC. Não levei isso a sério, pois estava muito contente no sudoeste de Goiás, vendo um bom crescimento nas congregações do campo. Além disso, em outubro de 1950, completaríamos cinco anos no Brasil, merecendo um ano de "furlough" nos Estados Unidos.
Em dezembro, recebi o convite para mudar para o JMC como diretor. Um dos motivos do convite incluía o fato de que nosso campo do sudoeste de Goiás estava com o maior número de alunos no Jota do que qualquer outra área do país. Com os recém-formados e outros, a lista incluía Eudóxio Mendes dos Santos, Severino Gomes Monteiro, Nilson Ferreira, Sinval Cabral de Souza, Roberto Bueno, Luiz Leão, Daily França, Rute Moura, Carlos Araújo, Josefina Franco, José Inocêncio de Lima, Francisco (Chico) Souza, Terso Aguiar de Souza e Ambrosina Lima.
Aceitei o convite principalmente por uma razão : a saúde de minha esposa, Irene. Ela se achava muito esgotada com o cuidado dos quatro filhos: Robert, Weldon, Mary e Irene. Mary e Irene nasceram com 15 meses de intervalo (not good family planning). O vasto campo, as congregações e igrejas crescendo, exigiram mais e mais viagens para atendê-los, apesar de que já contávamos, desde 1947, com um jeep. Os dias fora de casa aumentaram os problemas para Irene no zelo do lar. No Jota, eu poderia estar em casa, pelo menos à noite.
No fim de dezembro, rumamos para São Paulo no jeep. Era tempo de chuvas pesadas. Ficamos para despedidas no campo com cultos em Rio Verde, Santa Helena, Mateira em route. Em Mateira, à beira do Rio Paranaíba, choveu tanto que tivemos de desistir de atravessar até São Paulo, pelo Triângulo Mineiro, via Barretos, e fomos por Quirinópolis, Bom Jesus e Santa Rita do Paranaíba. No trecho antes de Bom Jesus, quase aconteceu um desastre. No banco da frente do jeep estavam Irene, Robertinho e Ireninha. Weldon cuidava de Mary no banco traseiro. A chuva havia parado um pouco, e o jeep estava completamente aberto. Weldon e Mary conversavam e cantavam. Mas, de repente, notei um silêncio. Olhei para o banco de trás e vi Weldon dormindo, mas nada de Mary. Parei o jeep e observei que Mary estava a uns 300 metros correndo atrás de nós. Ela havia caído na estrada. Felizmente, a chuva molhou a terra da estrada. Mary estava suja de lama e um pouco sem fôlego, mas aparentemente sem ferimentos. Poderia ter sido muito pior. Anos depois, quando Mary começou a perder a audição do ouvido direito, pensávamos que isto podia ter sidoHelenaH uma seqüela da queda naquela estrada de Goiás.
As aulas no JMC começariam logo. Eu tivera alguma experiência com administração no Seminário em Chicago e com o ensino nas igrejas, mas nenhuma experiência formal para esta nova tarefa. Tinha confiança, nos meus 36 anos, de que podia aprender com o auxílio de Deus a vencer todos os obstáculos, no serviço dele. Assim, enfrentei o novo programa no Colégio. Era necessário conhecer os professores e fazer a escala de aulas. A secretária, também começando, era a Da. Zulmira Silva. Da. Nina que trabalhava com o diretor Harper, deixou o JMC para servir como sua secretária no Mackenzie.
Verifiquei que tínhamos ótimos professores, tradição do Colégio desde o início com Waddell, Harper, Themudo Lessa, Henrique Maurer e outros. O Rev. João Euclydes Pereira foi vice-diretor e ensinou aulas de História e Filosofia; Dario Batos, Ciências; Rev. Fernando Buonaduce, Latim; Da. Elza Telles, Francês e Português; Rev. Renato Finza Telles, Química. Uma novidade para as moças foi o curso de Escola Bíblica para leigas. Além de ser diretor, lecionei as seguintes matérias: Bíblia, História da Igreja, Grego e Inglês; e, pura alegria, treinava e jogava basquete.
O time de basquete jogava naquela mesma quadra de terra que conheci em 1940: menor do que um campo oficial e com as cestas, tabelas e aros longe das melhores condições. Com os moços do clube de esportes, iniciamos as melhorias, com planos de cimentar o piso, colocar novas tabelas e cestas, aumentar o tamanho da quadra e fazer uma bancada de cimento do lado inclinado. Com muito esforço e tantas horas de trabalho na lama, com chuva e com sol, a quadra ficou pronta. O motorista do caminhão do Colégio, Sr. Américo, ajudou bastante, arranjando a compra do cimento e transportando-o até o local. O presidente da Esportiva, Abimael Etz Rodrigues, presidiu a inauguração da quadra e, para surpresa minha, descerrou uma placa com o meu nome ali escrito. Que benção e que alegria!
Em todos os anos que trabalhei no Jota continuei a treinar o time de basquete e muitas vezes joguei com os alunos. A quadra foi iluminada mais tarde e servia para as festas e brincadeiras dos alunos, em especial na festa do Dia do Conceição.
Alguns alunos que nunca haviam jogado basquete se tornaram excelentes jogadores. Entre estes outros que chegaram com experiência, posso dizer os nomes de uns, com o risco de esquecer de muitos outros: Takashi Shimizu, Jonatas do Vale Moreira, Celso Loula, Joás Araújo, Oswaldo e Wilson Duraes (estes dois de Salinas, MG), Manoel Araújo, de Rio Verde (GO), Carlito (de Santa Helena de Goiás), Eládio, Isaias Gadoni, Luiz Leso.
O ano letivo de 1951 correu mais ou menos bem. Houve problemas gerais, incluindo os financeiros. Gostei de lecionar. A maioria dos alunos comportou-se bem. Os exames seguiram com o costumeiro sistema de honra, isto é, o professor confiava na honestidade dos alunos dispensando a vigilância do professor.
A saúde de minha esposa não melhorou, causando dificuldades e fazendo absolutamente necessária a volta aos Estados Unidos em "furlough" para tratamento.
A vida espiritual dos alunos e professores ocupava lugar importante nos programas elaborados. Durante todos os anos em que servi como diretor, tivemos a semana especial de trabalhos espirituais com grandes líderes da Igreja como pregadores e dirigindo aulas. Entre os convidados que prestaram valiosa cooperação menciono o Rev. Miguel Rizzo, Rev. José Borges dos Santos Jr., Rev. Oswaldo Emerique e Rev. Philip Landes. Achamos de muito proveito essa ênfase especial.
Procuramos cobrir despesas do Colégio com participação das organizações com representantes do Conselho Deliberativo: Igreja Presbiteriana do Brasil, Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, Missão Presbiteriana Central e Missão Oeste do Brasil. Estas entidades forneciam a terça parte do orçamento, os alunos próprios ou seus presbitérios, ou igrejas, ou famílias contribuíam com outra terça parte das despesas do Jota; e foi a campanha anual para levantar dinheiro com amigos, igrejas e pessoas generosas, especialmente em São Paulo, que completou o total necessário para que o Colégio podesse funcionar. Andei, andei e andei em São Paulo batendo em portas para receber doações. Acho que foi a minha tarefa mais difícil como diretor! Lembro-me bem de uma experiência durante uma campanha. O Rev. Borges havia me convidado a lecionar um curso da História da Igreja, especialmente na Reforma, na sua Igreja Unida, na rua Helvétia, na cidade. Um casal que assistiu às aulas, Paulo Ferraz e Sra., comprometeu-se a doar uma grande importância. Mas condicionou a doação a uma boa safra de café nas suas fazendas. Veio a geada e morreram os pés de café. Fiquei muito triste por sua perda e ainda mais por causa da oferta para o JMC. Imagine minha surpresa quando ele, mesmo com o prejuízo, deu a quantia total que havia prometido. Três pessoas além de nós do Colégio se destacaram nas campanhas. Eram o Rev. Charles Roy Harper, então tesoureiro do Mackenzie, onde tivemos os jantares durante as campanhas; Lysias Oliveira e Vicente de Barros (parente do famoso governador de São Paulo, Adhemar de Barros).
Na publicidade para as campanhas contamos sempre com o entusiasta Prof. Fernando Buonaduce e com a Imprensa Metodista, onde ele também servia.
Quanto aos professores, Sr. Harper providenciou residências para eles nos terrenos do Jota. Assim moravam em casas do Colégio o Rev. João Euclydes Pereira e Da. Abigail, Rev. Renato Fiuza Teles e Da. Elza, Sr. Dario Bastos e Da. Enuncie, Rev. Jacó da Silva e Da. Zulmira, Rev. Buonaduce, Sr. Américo Fernandes (com outras chegadas e saídas do pessoal). A idéia do Harper foi de dar serviço de tempo integral a todos os professores, tendo-os morando no campus e sempre disponíveis para os alunos. Com as dificuldades financeiras, o Colégio não podia pagar-lhes o suficiente, e eles arranjaram empregos fora do Conceição... lecionando e servindo as Igrejas. Isso limitava o tempo deles com os alunos e tornava difícil conciliar os horários das suas aulas com seus outros empregos. Eu e alguns poucos professores ficamos quase inteiramente com aulas à tarde, quando os alunos estavam menos dispostos a estudar e assistir aulas.
No príncipio do JMC, eram poucos alunos e mais professores por aluno. A ênfase foi em dar boas aulas e aumentar os dons intelectuais e espirituais. Depois com o maior número de alunos e aumento de tarefas administrativas o Jota, uma família, tornou-se UMA INSTITUIÇÃO. Não tendo, naqueles tempos, luz, água e estradas de rodagem boas, ficamos com muito trabalho para manter uma usina de luz elétrica, primeiramente à gasolina e mais tarde tocada a óleo diesel (war surplus material). Foi necessário dispor do Ford van, pois ir a São Paulo, fazer compras, ir aos bancos, recolher professores e, às vezes, alunos em São Paulo tomava tempo excessivo e não servia a todos igualmente. O prof. Buonaduce comprou a "perua" Ford. Eu o ensinei a guiar. Precisávamos economizar em número de pessoas não-professores que empregávamos e assim dispensamos os serviços do Sr. Américo. O aluno Benon Wanderley Pais que possuía carta de motorista profissional tomava conta do caminhão do Colégio e também da usina de eletricidade a diesel. A energia elétrica produzida com as máquinas do Jota ficaram muito sobrecarregadas com a ligação de algumas casas na vila e o uso proibido de ferros elétricos e outras máquinas caseiras, todas necessárias em casas modernas.
Foi justo abrir uma estrada na área da figueira deixando a Companhia Light colocar os postes e trazer a energia elétrica até a vila de Jandira e ao Colégio. Diminuiu assim a responsabilidade do Colégio neste sentido.
Um dos resultados da campanha anual foi o poço artesiano que forneceu água aos prédios e casas do Colégio. Foi uma bênção para a administração do Jota ficar mais aliviada com a luta com problemas de luz e água.
O alvo de toda a obra missionária era de estabelecer igrejas e instituições que ficariam capazes de se manterem sem subvenções da Igreja-mãe e que teriam os seus diretores e pastores nacionais. Isto eu pude realizar em Goiás e procurei fazer no JMC. Pelo fato de que a esposa não gozava de boa saúde, fui obrigado a ver que eu não ficaria como pastor em Goiás até ser jubilado, nem como diretor do Jota a vida toda. Confiei plenamente na capacidade dos irmãos e colegas brasileiros de fazer igual ou melhor na liderança do trabalho iniciado pelos missionários. Assim, o Rev. Wilson Castro Ferreira foi escolhido o primeiro diretor nacional para o Instituto José Manuel da Conceição. Boa escolha, pena que ele achou impossível ficar por longos anos na direção.
Em dezembro de 1951, chegando ao fim do ano escolar, na formatura, lembro-me daquela classe do curso clássico. Alguns nomes: João Wilson Faustini, que admiravelmente dirigiu o coro do Jota na ausência de Da. Evelina Harper, Célia Morais, Crisogno Coelho, Carlos Araújo. Uma turma excelente.
O Rev. João Euclydes Pereira foi escolhido como diretor interino durante o ano de 1952, quando nossa família foi em "furlough" e estudos para os Estados Unidos. Passamos a maior parte do ano estudando em Oberlin, Ohio, na Graduate School of Theology. Irene estudou no Conservatory of Music. Nasceu a caçula, Evangeline Alderton Lodwick. Mary sofreu duas operações por causa da infecção nos rins. Foi um ano difícil, pois os problemas de saúde de Irene levaram-na a tratamento em hospitais. Voltamos ao Colégio em fevereiro de 1953. Havia pouca diferença no andamento do Jota. O Rev. João foi ótimo diretor e poderia ter ficado na liderança, se ele assim o desejasse. As finanças do Colégio indicavam que seria melhor manter uma ligação mais direta nos Estados Unidos por meio de um diretor missionário. Assim fiquei, mas precariamente, devido à necessidade de levar Irene aos EUA para ser internada num hospital especializado em doenças mentais. Lutei com o cuidado dos cinco filhos, mas tendo auxílio amável de pessoas do Colégio, tais como Da. Geni Nogueira, esposa de Pedro Alves; a família Shimizu; Da. Hope Gordon e outros. Por fim, eu tive de regressar aos EUA passando três anos em Oxford, Ohio, sendo "campus pastor" da United Christian Fellowship. O Rev. Wilson Castro Ferreira dirigia o Colégio, e Olson e Jean Pemberton trabalhavam como missionários cedidos ao Jota.
O Rev. Wilson me convidou para substituí-lo na direção em 1959 quando ele fez estágio em Nova Iorque, estudando drama. Com prazer, retornei a Jandira e fiquei mais um ano e meio no Jota. Quando o Rev. Wilson retornou dos EUA, servi como deão. O casal Pemberton estava em "furlough" de um ano naquele período.
Voltando os Perbemtons, dirigi o Instituto Samuel Graham até que fui chamado para o escritório da Missão em São Paulo, em janeiro de 1961. Atuando como secretário executivo da Missão por nove anos, fiquei sempre a par do que acontecia no Jota, vendo a diminuição das matrículas de candidatos ao ministério de jovens maduros (adultos no comportamento) e aumento de alunos quase crianças que precisavam de disciplina em tudo.
Assim foi passando o Jota de outrora e o final do fechamento. Depois fui aos Estados Unidos, onde foi necessária minha presença, já que Irene não mais precisava ficar internada em tratamento de saúde, tendo em vista a administração de novos remédios tranqüilizantes.
O JMC sempre procurava incluir alunos de todas as denominações. Havia cooperação com a Igreja Episcopal. Durante meu tempo no Jota, houve um aluno, Sumio Takatsu, que mais tarde se tornou bispo da Igreja Episcopal.
O Rev. Sherrill, missionário, visitava o Colégio para dar instrução a um grupo de candidatos ao ministério na Igreja Episcopal: Takashi Shimizu, Alfredo Rocha e Sidney Ruiz (também mais tarde bispo).
Além dos cultos diário, funcionava nos prédios do Colégio a Igreja Presbiteriana de Jandira. Ministros e leigos da Igreja Presbiteriana dirigiam os trabalhos de culto e da escola dominical. O Sr. Hermenegildo, da Vila de Jandira, é sempre lembrado por causa de suas prédicas e pela maneira de fala muito lenta e de certa hesitação e ênfase. Um pastor que vinha aos domingos à noite era o Rev. Jorge César Mota, muito inteligente e muito autoritário na direção dos cultos. Por causa de distúrbios entre certos alunos no culto, ele tomava para si o dever de confrontar estes alunos, incluindo uns da família Dourado, da Bahia. Quase que o reverendo foi agredido por eles! A minha opção expressa ao Rev. Mota era de que eu, como diretor do Jota, e nosso deão tínhamos a responsabilidade de zelar pelo comportamento dos alunos sob nossa direção e não o pastor da Igreja que vinha somente aos domingos à noite. O Rev. Mota não concordava comigo! Em poucos anos, a Igreja local construiu o seu templo resolvendo um dos problemas.
Por ser durante muitos anos considerado um "seminário menor", os nossos diplomas valiam nas outras escolas, colégio e universidades. Mas houve um período quando os poderes públicos ameaçaram tirar esse privilégio. Foi necessário fazer esforços para colocar tudo em ordem como documentos e construções para cumprir com as exigências do governo. Assim fizemos uma área coberta atrás do prédio Harper. Tivemos instalações sanitárias e chuveiros com água esquentada em aparelho elétrico. Em pouco tempo, a classificação de seminário menor permaneceu e paramos os trabalhos de oficializar o Jota pelas leis de outros colégios. A área coberta foi fechada com paredes e se tornou a casa de residência do Prof. João Faustini e Da. Queila.
Apesar de eu nunca ter jogado futebol, apreciava muito o entusiasmo e habilidade dos jogadores do Jota. Por algum tempo, o time ficou invicto. Assistia aos jogos torcendo pelo Jota. Lembro-me de alguns bons jogadores: Heber Ferrer, Armando Gonçalves e o irmão Flávio, Apiscá, Eládio e Wilson, de Mato Grosso.
Durante minha ausência de três anos (1956-59) foi construído o auditório Waddel. Um prédio grande, mas somente parcialmente terminado. Havia um distinto eco que tornava difícil entender o que se falava no palco. Servia muito bem para os concertos do coral do Jota. Por fora, achei a construção muito feia. O arquiteto foi o Dr. Lavitola, do Mackenzie. No meu tempo no Jota, o prédio nunca foi acabado, nem por fora e nem por dentro. Fiquei com saudades do salão de cultos na velha instalação.
Novas personalidades chegaram e ajudaram muito o Colégio...
"O tempo passa"... Da. Isva está na secretaria do Colégio... casa-se com o brilhante aluno Josué Xavier. Hope Gordon casa-se com o aluno João Silva... Isaias Gadoni, aluno, casa-se com enfermeira Myrte... Daily Resende França casa-se com Rute Moura; Sinval Cabral de Souza com Celina Fukuda.
Mas tempo passa, e o Rev. João Euclydes Pereira e o Rev. Daily França falecem em acidente de automóvel perto de Brasília... Também o Rev. Armando Gonçalves, ex-aluno e ex-diretor, morre em acidente de carro. Notícias boas e tristes recebemos de amigos do JMC. Rev. Olson Pemberton assume a direção do Instituto Bíblico Eduardo Lane, em Patrocínio (MG). Pena que ele nunca quis aceitar a direção do JMC. (**)
Há muita história bem documentada pelo Rev. Dr. Waldyr Carvalho Luz, em seu livro Nem General, nem Fazendeiro: Ministro do Evangelho, publicado em Campinas, em 1994, pela editora Luz do Caminho.
(*) O Rev. Robert E. Lodwick, como ele o descreve, foi Diretor do Instituto José Manuel da Conceição.

(**) Nota do Web Master: Há um lapso no relato do Rev. Lodwick: O Rev. Pemberton foi Diretor do JMC.

           
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